Festival de Cannes 2014 – Dia 5: “The Homesman” de Tommy Lee Jones com Hilary Swank sai da cidade francesa para uma corrida Oscar 2015!
Para muitos um domingo é tranquilo e até desanimador, mas isso está longe de ser verdade em Cannes. Hoje, o festival recebeu mais estrelas do que no dia da abertura do festival.
Entre os longas lançados, o esperado “The Homesman” dirigido pelo ator Tommy Lee Jones ganhou mais destaque diante dos seus concorrentes – não é todo o dia que um ator respeitado como Jones lança um longa, ainda mais na companhia de Hilary Swank, uma atriz vencedora de dois Oscars.
A trama do filme se passa em Nebraska, em 1855. A Mary Bee Cuddy (Swank), 31 anos, vive uma existência solitária numa cidade onde se teme Deus. É designada pelos membros da sua Igreja para levar para o Leste três mulheres que enlouqueceram. No caminho de Nebraska em direção ao Iowa, onde as mulheres poderão finalmente encontrar refúgio, a Mary Bee salva a vida do Briggs (Jones) que concorda ajudá-la na sua missão. Passam por tempestades e encontros perigosos com colonos, Índios e a dureza da região. O elenco ainda é composto por Meryl Streep, Hailee Steinfeld e John Lithgow.
Como se poderia esperar, a sala para a conferência de imprensa de “The Homesman” estava cheia. Tommy Lee Jones respondeu às perguntas dos jornalistas junto com as três atrizes: Hilary Swank, Sonja Richter e Miranda Otto. Ao lado deles, os quatro produtores Luc Besson, Michael Fitzgerald, Peter Brant e Brian Kennedy.
Tommy Lee Jones acerca do trabalho de documentação sobre a loucura, tema abordado no filme: “Lemos muitos livros, e um em particular sobre a loucura, nomeadamente nas mulheres no século 19. Aprendemos como tratar essas diferentes patologias. Pensava-se, na época, que para curar a esquizofrenia, era preciso mergulhar as pessoas em água gelada durante oito horas.”
Sonja Richter, uma das duas dementes no filme, conta a preparação para o papel: “Procurei encontrar em mim um lugar onde podia sentir essa loucura. Também li os livros sobre o tema. Tentei ir do interior para o exterior e do exterior para o interior.“
A importância de destacar personagens como Mary Bee Cuddy, segundo Hilary Swank: “Algumas personagens que encarnei são profundas, sólidas. É o caso de Mary Bee Cuddy. Hoje, existe menos o sentido da virtude. É importante apresentar personagens sólidas.”
A originalidade, primeiro motor de Tommy Lee Jones: “Procuro a originalidade, é o primordial. Quando se encontra, não existem hesitações. Tivemos a sorte de encontrar algo de muito original. Não pensamos estar num sistema.”
The Homesman, um filme muito instrutivo sobre o passado dos Estados Unidos segundo Luc Besson: “Este filme mostra uma visão dos Estados Unidos desconhecida na Europa. É uma visão muito exótica para nós, não sabemos que os tempos eram assim difíceis. Conhecemos o sonho americano, mas é bom ver qual é a situação antes desse sonho.”
O longa não foi recebido como um “Amor” ou “O Artista” em Cannes, mas obteve reações positivas da maioria dos críticos. Veja, abaixo:
O ácido crítico Peter Bradshaw do The Guardian deu quatro estrelas e disse: “Há alguns largos floreios emocionais e performances maduras em ‘The Homesman’ – talvez na fronteira do demasiado exagero. Mas ele é sobreposto com tal riqueza e verve. Poderia até ganhar um prêmio para Lee Jones na edição deste ano de Cannes.”
O jornal The Telegraph também deu quatro estrelas para o longa e foi favorável em sua crítica: “Swank e Jones são um par sensacional – este é o melhor papel de Swank em muito tempo, e ela interpreta como se soubesse disso – e sua química peculiar coloca o filme quase no ponto médio exato entre dois faroestes mais modernos: “Bravura Indômita” dos irmãos Coen e “O Atalho”, de Kelly Reichardt. A fotografia, por Rodrigo Prieto, que participou no muito diferente belo “Brokeback Mountain”, tende para o visual da antiga, e encontra uma poesia seca na paisagem implacável”.
O site TFM também foi positivo na sua reação: “Com Swank e Tommy Lee Jones dando as grandes performances de pé centrais, o restante do elenco é pontilhado com grandes nomes dados relativamente que têm pouco a fazer, mas tudo começando a fazer algum impacto em suas cenas limitadas. Mais notavelmente, Meryl Streep e Hailee Steinfeld são confiáveis como as mulheres que se encontram na viagem, enquanto Tim Blake Nelson recebe um interlúdio maravilhosamente engraçado quando ele entra em luta com Jones (…).Com uma trilha excelente e uma cinematografia linda, ‘The Homesman’ é uma tragédia feminista muito bem contada, com um toque acolhedor de humor”.
The Hollywood Reporter destacou Hilary Swank: “No que é provavelmente o seu melhor papel no telão desde ‘Menina de Ouro’ (…)”. E a crítica continua: “O resto do elenco constitui uma galeria de personagens coloridos fora do centro para quem a vida não funcionou da mesma forma que poderia ter se esperado”.
Segundo alguns especialistas, se o filme for lançado ainda este ano – sabe-se que ele estará no Festival de Toronto 2014 (algo que pode fortalecê-lo) e terá uma estreia limitada nos cinemas americanos em 3 de outubro – pode haver boas chances de uma corrida para o Oscar 2015. E as categorias de destaque seriam de Melhor Ator para Jones e Melhor Atriz para Swank.
“The Homesman” ainda não tem data de estreia para os cinemas brasileiros.
Veja mais fotos do quinto dia, abaixo:
51 Kim Peterson 19/05/2014 1:09
Meryl Streep realizou meu sonho de vê-la vencedora do Oscar numa transmissão vivo, e não em vídeos do YouTube. Agora, quero muito ver Hilary Swank pela terceira vez ao vivo levantando-se e indo buscar seu careca dourado. Menina de Ouro e seus discursos no começo de 2005 nunca sairão da minha cabeça, e torço demais para que ela volte ao circuíto.